- Identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho;
- Caracterização da exposição e quantificação das condições de risco;
- Discussão e definição das alternativas de eliminação ou controle das condições de risco;
- Implementação e avaliação das medidas adotadas.
Identificação e Avaliação das Condições de Risco
Identificar fatores ou situações que exponha o trabalhador a possibilidade de um efeito adverso ou dano e a incerteza da ocorrência. Circustâncias que apresentam um potencial lesivo dentre os efeitos podem ser: morte, lesões, doenças ou danos à saúde. Além disso segundo a sua natureza podem ser classificados em:
Ambiental:
- físico: alguma forma de energia: radiação, ruído, vibração, etc.;
- químico: substâncias químicas, poeiras, etc.;
- biológico: bactérias, vírus, fungos, etc.;
Situacional: instalações, ferramentas, equipamentos, materiais, operações, etc.;
Humano ou comportamental: decorrentes da ação ou omissão humana.
Após identificar os agentes e condições de risco é fundamental estabelecer prioridades estimar a gravidade quanto a exposição ao fator de risco. Assim, o conhecimento disponível sobre os riscos potenciais que ocorrem em determinada situação de trabalho deve ser acompanhado de uma observação cuidadosa in loco das condições reais de exposição dos trabalhadores.
O reconhecimento das condições de risco no trabalho incluem três etapas principais: estudo inicial da situação; inspeção do local de trabalho e análise dos dados obtidos.
- Determinar quais são as possibilidades de risco e seus efeitos na saúde do trabalhador utilizando fontes de informação disponíveis como literatura especializada, banco de dados, relatórios técnicos, tabelas contendo o limite de tolerância ou limite de exposição ocupacional ou até mesmo por perguntas antecipadas a própria empresa que será estudada.
- Informações sobre o estado de saúde do trabalhador (sinais, sintomas, exames).
- Potencial de causar dano de determinado agente do ambiente de trabalho, o modo de ação de um agente sobre o organismo (lento ou rápido) e a possibilidade de penetração em pele intacta.
Inspeção do local de trabalho:
- Definir uma pessoa capaz de oferecer todas as informações pertinentes e que conheça todo o processo de trabalho. Anotar informações com clareza, fazer check-lists.
- Detalhar todos os materiais e produtos utilizados, a taxa de consumo e de como e onde são utilizados e qual a quantidade. Investigar sobre equipamentos, máquinas e fontes potenciais de contaminantes utilizadas no processo. Avaliar processos esporádicos que não estão acontecendo no momento da inspeção. Observar a possível influência de ambientes contíguos no local de trabalho. Investigar as vias de entrada no organismo de agentes químicos (via respiratória é a mais importante, avaliar o modo de respirar do trabalhador, assim como o tipo de atividade (trabalho pesado ou repouso)
- Investigar quais agentes podem ser adsorvidos através da pele. A avaliação da dose realmente recebida pelo trabalhador, seja agente químico ou físico, depende a concentração ou da intensidade e do tempo de exposição.
- Avaliação tem como objetivo fazer o planejamento de medidas de prevenção e controle.
- O número de trabalhadores expostos que devem ser protegidos influi a escolha de métodos e considerações econômicas.
- Avaliar cuidadosamente os sistema de controle existentes como equipamento de ventilação local exaustora para evitar falsa segurança, uso de EPI de forma inadequada.
- Cuidado com a exposição a agentes muito tóxicos, cancerígenos ou teratogênicos no qual mesmo concentrações muito baixas são significativas.
Análise das informações:
- Orientar o estabelecimento das prioridades.
- Condição de risco grave exige medidas preventivas imediatas.
- Sem evidência de risco, não há necessidade de novas avaliações, apenas se ocorrer mudanças que alterem a situação.
- Se a situação de risco não é clara, é necessária uma avaliação quantitativa para confirmar a presença e determinar a magnitude das condições.
Identificação e controle dos fatores de risco na perspectiva da higiene do trabalho e ergonomia.
-Evitar que um agente potencialmente perigoso ou tóxico para a saúde seja utilizado, formado ou liberado;
-Se isso não for possível, contê-lo de tal forma que não se propague para o ambiente;
-Se isso não for possível ou suficiente, isolá-lo ou diluí-lo no ambiente de trabalho; e, em último caso,
-Bloquear as vias de entrada no organismo: respiratória, pele, boca e ouvidos, para impedir que um agente nocivo atinja um órgão crítico, causando lesão.
A cadeia de transmissão do risco deve ser quebrada o mais precocemente possível:
- Controle do risco na fonte;
- Controle na trajetória (entre a fonte e o receptor);
- No caso de falharem os anteriores, controle da exposição ao risco no trabalhador;
- Quando isso não é possível, redução máxima do agente agressor.
O objetivo principal da tecnologia de controle deve ser a modificação das situações de risco, por meio de projetos adequados e de técnicas de engenharia que:
-Eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais para a saúde;
-Previnam a liberação de tais agentes nos ambientes de trabalho;
-Reduzam a concentração desses agentes no ar ambiente;
Todas as possibilidades de controle das condições de risco presentes nos ambientes de trabalho por meio de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) devem ser esgotadas antes de se recomendar o uso de EPI, particularmente no que se refere à proteção respiratória e auditiva.
Sumariando, as etapas para definição de uma estratégia de controle incluem:
1. Reconhecimento e avaliação dos agentes e fatores que podem oferecer risco para a saúde e para o meio ambiente, incluindo a definição de seu impacto: devem ser determinadas e localizadas as fontes de risco; as trajetórias possíveis de propagação dos agentes nos ambientes de trabalho; os pontos de ação ou de entrada no organismo; o número de trabalhadores expostos e a existência de problemas de saúde entre os trabalhadores expostos ao agente. A interpretação dos resultados vai possibilitar conhecer o risco real para saúde e a definição de prioridades para a ação;
2. Tomada de decisão: resulta do reconhecimento de que há necessidade de prevenção, com base nas informações obtidas na etapa anterior.
3. Planejamento: medidas e procedimentos preventivos a serem adotados frente a um problema;
4. Avaliação
No que se refere às condições de trabalho nocivas para a saúde, que decorrem da organização e gestão do trabalho, as medidas recomendadas podem ser resumidas em:
-Aumento do controle real das tarefas e do trabalho por parte daqueles que as realizam;
-Aumento da participação real dos trabalhadores nos processos decisórios na empresa e facilidades para sua organização;
-Enriquecimento das tarefas, eliminando as atividades monótonas e repetitivas e as horas extras;
-Estímulo a situações que permitam ao trabalhador o sentimento de que pertencem e/ou de que fazem parte de um grupo;
-Desenvolvimento de uma relação de confiança entre trabalhadores e demais integrantes do grupo, inclusive superiores hierárquicos;
-Estímulo às condições que ensejem a substituição da competição pela cooperação.