quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

NEURASTENIA (Inclui Síndrome de Fadiga)
Neurastenia é um transtorno psicológico usado pela primeira vez por George Miller Beard em 1869 para designar um quadro de exaustão física e psicológica, fraqueza, nervosismo e sensibilidade aumentada (principalmente irritabilidade e humor depressivo). Era um diagnóstico muito frequente no final do século XIX que desapareceu e foi revivido várias vezes durante o século XX sendo incluído no CID-10 pela OMS mas não pelo dicionário de saúde mental atual (DSM IV). Sua prevelência está entre 3 e 11% da população mundial, sendo tão comum em homens quanto em mulheres. Trata-se, em geral, de um quadro crônico.
A característica mais marcante da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho* é a presença de fadiga constante, acumulada ao longo de meses ou anos em situações de trabalho em que não há oportunidade de se obter descanso necessário e suficiente.
EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA
Os fatores de risco de natureza ocupacional que parecem contribuir para o surgimento de um quadro de fadiga patológica são: ritmos de trabalho acelerados, sem pausas ou com pausas sem as devidas condições para repousar e relaxar; jornadas de trabalho prolongadas (excesso de horas extras, tempo de transporte de casa para o trabalho e do trabalho para casa muito longo, dupla jornada de trabalho para complementar a renda familiar) e jornada de trabalho em turnos alternados. A fadiga patológica parece ser decorrente da interação de diversos desses fatores entre si, ao longo de meses ou anos.
Nos Estados Unidos é também chamada de 'American nervousness' ou apenas 'Americanitis' por ser tratada como uma síndrome característica dos americanos.
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Deve-se perguntar a respeito da duração da jornada de trabalho, das condições de trabalho,
do descanso durante a jornada, do ritmo de trabalho, das condições do processo laboral, da pressão no trabalho, das condições de vida e habitacionais, visando a avaliar as condições de descanso
e lazer do trabalhador. Não esquecer que a síndrome de fadiga relacionada ao trabalho pode ser encontrada em
trabalhadores desempregados.
O diagnóstico definitivo baseia-se nos seguintes critérios:
• queixas persistentes e angustiantes de fadiga aumentada após esforço mental ou queixas persistentes
e angustiantes de fraqueza e exaustão corporal após esforço físico mínimo;
• pelo menos dois dos seguintes: sensação de dores musculares, tonturas, cefaléias tensionais,
perturbações do sono, incapacidade de relaxar, irritabilidade, dispepsia;
• paciente é incapaz de se recuperar por meio do descanso, relaxamento ou entretenimento;
• duração do transtorno de pelo menos três meses.
TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Pode estar indicada a prescrição de ansiolíticos como benzodiazepínicos, visando a controlar os sintomas mais proeminentes, como a insônia e a irritabilidade, atentando sempre para o risco de
desenvolvimento de tolerância e dependência desses. Deve-se ter como finalidade mudanças objetivas nas condições de trabalho e subjetivas às quais o trabalhador doente está submetido. A psicoterapia, visando a abordar as mudanças subjetivas em relação ao trabalho, pode ser útil.
PREVENÇÃO

A prevenção da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A ocorrência de um caso de síndrome de fadiga relacionada ao trabalho deve ser considerada como evento sentinela, orientando a investigação do posto de trabalho e intervenções psicossociais de suporte ao grupo de trabalhadores de onde o acometido proveio.

BIBLIOGRAFIA

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Tradução Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

SELIGMANN-SILVA, E. Psicopatologia e psicodinâmica no trabalho. In: MENDES, R. (Ed.). Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995, p. 287-310.
NEURASTENIA (Inclui Síndrome de Fadiga)
Neurastenia é um transtorno psicológico usado pela primeira vez por George Miller Beard em 1869 para designar um quadro de exaustão física e psicológica, fraqueza, nervosismo e sensibilidade aumentada (principalmente irritabilidade e humor depressivo). Era um diagnóstico muito frequente no final do século XIX que desapareceu e foi revivido várias vezes durante o século XX sendo incluído no CID-10 pela OMS mas não pelo dicionário de saúde mental atual (DSM IV). Sua prevelência está entre 3 e 11% da população mundial, sendo tão comum em homens quanto em mulheres. Trata-se, em geral, de um quadro crônico.
A característica mais marcante da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho* é a presença de fadiga constante, acumulada ao longo de meses ou anos em situações de trabalho em que não há oportunidade de se obter descanso necessário e suficiente.
EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA
Os fatores de risco de natureza ocupacional que parecem contribuir para o surgimento de um quadro de fadiga patológica são: ritmos de trabalho acelerados, sem pausas ou com pausas sem as devidas condições para repousar e relaxar; jornadas de trabalho prolongadas (excesso de horas extras, tempo de transporte de casa para o trabalho e do trabalho para casa muito longo, dupla jornada de trabalho para complementar a renda familiar) e jornada de trabalho em turnos alternados. A fadiga patológica parece ser decorrente da interação de diversos desses fatores entre si, ao longo de meses ou anos.
Nos Estados Unidos é também chamada de 'American nervousness' ou apenas 'Americanitis' por ser tratada como uma síndrome característica dos americanos.
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Deve-se perguntar a respeito da duração da jornada de trabalho, das condições de trabalho,
do descanso durante a jornada, do ritmo de trabalho, das condições do processo laboral, da pressão no trabalho, das condições de vida e habitacionais, visando a avaliar as condições de descanso
e lazer do trabalhador. Não esquecer que a síndrome de fadiga relacionada ao trabalho pode ser encontrada em
trabalhadores desempregados.
O diagnóstico definitivo baseia-se nos seguintes critérios:
• queixas persistentes e angustiantes de fadiga aumentada após esforço mental ou queixas persistentes
e angustiantes de fraqueza e exaustão corporal após esforço físico mínimo;
• pelo menos dois dos seguintes: sensação de dores musculares, tonturas, cefaléias tensionais,
perturbações do sono, incapacidade de relaxar, irritabilidade, dispepsia;
• paciente é incapaz de se recuperar por meio do descanso, relaxamento ou entretenimento;
• duração do transtorno de pelo menos três meses.
TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Pode estar indicada a prescrição de ansiolíticos como benzodiazepínicos, visando a controlar os sintomas mais proeminentes, como a insônia e a irritabilidade, atentando sempre para o risco de
desenvolvimento de tolerância e dependência desses. Deve-se ter como finalidade mudanças objetivas nas condições de trabalho e subjetivas às quais o trabalhador doente está submetido. A psicoterapia, visando a abordar as mudanças subjetivas em relação ao trabalho, pode ser útil.
PREVENÇÃO

A prevenção da síndrome de fadiga relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A ocorrência de um caso de síndrome de fadiga relacionada ao trabalho deve ser considerada como evento sentinela, orientando a investigação do posto de trabalho e intervenções psicossociais de suporte ao grupo de trabalhadores de onde o acometido proveio.

BIBLIOGRAFIA

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Tradução Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

SELIGMANN-SILVA, E. Psicopatologia e psicodinâmica no trabalho. In: MENDES, R. (Ed.). Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995, p. 287-310.

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