CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO CONGELADO, PERIARTRITE DO OMBRO) (M75.0)
Doença de evolução autolimitada caracterizada por dor e limitação de movimentos sem antecedente de traumatismo. O quadro clínico caracteriza-se por dor e por graus variados de limitação de movimentos, principalmente da rotação externa e abdução do ombro. O diagnóstico é clínico, auxiliado pelo exame Radiológico.
SÍNDROME DO MANGUITO ROTATÓRIO, SÍNDROME DO SUPRA-ESPINHOSO, SÍNDROME DO IMPACTO OU IMPINGEMENT (M75.1)
Inflamação aguda ou crônica acometendo tendões da bainha dos rotadores, tem sido descrita em associação com exposições a movimentos repetitivos de braço, elevação e abdução de braços acima da altura dos ombros, principalmente se associados ao uso de força por tempo prolongado e elevação de cotovelo. O quadro clínico caracteriza-se por dor intermitente no ombro, que piora com esforços físicos e à noite. O paciente queixa-se de crepitação, dificuldade ou impossibilidade para elevar ou manter o braço elevado. O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo auxiliado por radiografias simples do ombro com incidências especiais (Técnicas 1, 2, 3 de Nicoletti, et al) e pelo ultra-som de estruturas do ombro deve ser bilateral.
TENDINITE BICIPITAL (TENDINITE DA CABEÇA LONGA DO BÍCEPS) (M75.2)
Inflamação aguda ou crônica do tendão e da bainha sinovial, é causada por movimentos repetitivos de braço, abdução dos braços acima da altura dos ombros, flexão associada com supinação do antebraço e elevação do cotovelo. O quadro clínico caracteriza-se por dor na face anterior do úmero, piora dos movimentos, principalmente de flexão de antebraço supinado, associada com esforço. Ao exame físico, os testes de Yergason e/ou de Appley mostram-se positivos.
TENDINITE DISTAL DE BÍCEPS (M75.2)
Inflamação aguda ou crônica do tendão distal do bíceps, que tem sido descrita em associação com movimentos de flexão de antebraço supinado. O quadro clínico caracteriza-se por dor no tendão distal do bíceps à flexão e à supinação do antebraço em contra-resistência. O diagnóstico é clínico, podendo ser auxiliado por radiografias, ultra-som ou ressonância magnética.
TENDINITE CALCIFICANTE DO OMBRO (M75.3)
Doença caracterizada pelo aparecimento de depósitos calcáreos em tendões de manguito rotatório. Está relacionada às tendinites do supra-espinhoso e às bursites de ombro relacionadas ao trabalho, que evoluem com agravamento e complicações. O quadro clínico caracteriza-se, inicialmente, por crise, com dor súbita, contínua e de grande intensidade. O diagnóstico é clínico. A radiografia simples pode mostrar calcificações em tendões de supra-espinhoso e outros de manguito rotatório.
BURSITE DO OMBRO (M75.5)
Processo inflamatório que ocorre devido à compressão da bursa e que, geralmente, também comprime o tendão do supra-espinhoso. O quadro clínico é semelhante ao da tendinite do supra-espinhoso, com dor intermitente.
OUTRAS LESÕES DO OMBRO (M75.8)
Outros quadros de acometimento de estruturas do ombro. O nexo com o trabalho decorrerá dos achados epidemiológicos, dados de história ocupacional, resultados de análise ergonômica da atividade, análise do posto ou atividade, realizada em inspeção ao local de trabalho, registros do PPRA e/ou do PCMSO, que permitem ao médico e à equipe de saúde considerar a atividade desenvolvida pelo trabalhador como sendo de risco em relação à gênese de afecções da(s) estrutura(s) afetada(s).
LESÕES DO OMBRO NÃO-ESPECIFICADAS (M75.9)
Esse código pode ser utilizado quando não existe um diagnóstico especificado, porém deve-se evitar sua utilização.
TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Os princípios citados na introdução deste capítulo devem ser respeitados particularmente em casos crônicos.
A abordagem varia com os estágios evolutivos, podendo incluir:
repouso ativo (tipóia e cinesiologia suave);
AINE;
acupuntura;
fortalecimento de rotadores internos e externos;
estabilizadores da escápula e folheto posterior do deltóide. Não usar roda do ombro;
em caso de ruptura do tendão, há necessidade de cirurgia.
PREVENÇÃO
prevenção das lesões do ombro relacionadas ao trabalho requer avaliação e monitoramento das condições e do ambiente de trabalho, particularmente do modo como são realizadas as tarefas. Requer uma ação articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância.
A intervenção sobre os ambientes de trabalho deve basear-se em análise criteriosa e global da organização do trabalho, que inclui:
análise ergonômica do trabalho real, da atividade, do conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dospostos de trabalho; do ritmo e da intensidade do trabalho; dos fatores mecânicos e condições físicas dospostos de trabalho; das normas de produção; dos sistemas de turnos, dos sistemas de premiação, dosincentivos, dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias;
medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores.
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