quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OUTRAS ENTESOPATIAS

EPICONDILITE MEDIAL                                                                  M77.0
EPICONDILITE LATERAL (COTOVELO DE TENISTA)            M77.1

DEFINIÇÃO DA DOENÇA

Inflamações agudas ou crônicas que acometem a inserção de tendões (entese) em epicôndilo medial (cotovelo do jogador de golfe) ou epicôndilo lateral (cotovelo de tenista). São sencadeadas por movimentos repetitivos de punho e dedos, com flexão brusca ou freqüente, esforço estático e preensão prolongada de objetos.

EPIDEMIOLOGIA

A epicondilite lateral tem alta incidência na população geral e predomina entre os 35 e 55 anos. Dos portadores de cotovelo de tenista, 95% não praticam esportes. Ambos os sexos são acometidos na mesma proporção e a doença é sete vezes mais freqüente que a epicondilite medial.
A epicondilite lateral tem sido descrita em trabalhadores de fábricas de lingüiça, cortadores e empacotadoresde carne e de frigoríficos. Como no cotovelo de tenista, o cotovelo de jogador de golfe (epicondilite medial) raramente é provocado por práticas esportivas, podendo estar associado a qualquer atividade que exija flexão forçada do punho e arremesso.

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

Na epicondilite medial, o quadro clínico caracteriza-se por dor em epicôndilo medial ao apanhar objetos ou à flexão e/ou pronação de punho ou dor à palpação em epicôndilo e/ou à flexão e pronação de punho em contraresistência. O diagnóstico é clínico, podendo ser auxiliado por exames complementares, como radiografia simples.
Na epicondilite lateral, o quadro clínico caracteriza-se por dor no epicôndilo lateral ao apanhar objetos ou à extensão e/ou supinação de punho, dor à palpação em epicôndilo e/ou à dorsoflexão e supinação de punho em contraresistência. O diagnóstico é clínico, podendo ser auxiliado por radiografias simples ultra-som.

O diagnóstico baseia-se em:
história clínica e exame físico;
análise do trabalho.

TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

Além da aplicação dos princípios terapêuticos descritos na introdução deste capítulo, podem estar indicados:
repouso com tipóia ou splint;
AINE;
terapia física, com o uso de ultra-som;
infiltração medicamentosa;
após a melhora dos sintomas, estão indicados exercícios de amplitude de movimentos, alongamentos para diminuir contraturas em flexores e fortalecimento para flexores de punho e dedos.


PREVENÇÃO

A prevenção das entesopatias relacionadas ao trabalho requer avaliação e monitoramento das condições e dos ambientes de trabalho, particularmente do modo como são realizadas as tarefas, as atividades que envolvem movimentos repetitivos, esforço estático e preensão prolongada de objetos, extensão brusca de cotovelo etc., como em trabalhos com ferramentas (chaves de fenda), condução de veículos cujos volantes exigem esforço, no transporte ou eslocamento de bolsas ou sacos pesados, trabalho de chapisco de pedreiros, cortadores em fábricas de alimentos e frigoríficos, empacotadores de carnes, entre outras.
É importante garantir a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais para a implementação das modificações na organização do trabalho.
 Recomenda-se o monitoramento clínico por meio da aplicação de instrumentos padronizados de pesquisas de sintomas referidos. Não está justificado o uso de exames de imagem (RX e outros) nos exames pré-admissionais e periódicos. Aplicam-se somente nos casos em que é necessário firmar diagnóstico e realizar diagnóstico diferencial.

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